quarta-feira, 17 de março de 2010

As bicicletas


A imagem é comum na Europa. Em Ghent, seus habitantes utilizam a bicicleta para tudo: ir ao super mercado, estudar, passear, fazer compras. Essa foto mostra, bem cedo do dia, crianças se deslocando para a escola em suas bicicletas. E com um detalhe: todos com equipamentos de segurança. Alguém consegue imaginar essa cena em uma cidade brasileira?

Na busca de novos mercados


Daan Schalck revelou que em 2009, 20% do transporte marítimo em Ghent veio do Brasil, o que é um percentual alto comparado em relação ao total movimentado pelo porto.


Do total movimentado por Ghent, cerca 60% é navegação marítima de curta distância. Isso significa que 60% é o tráfego da Europa. Ou seja, de outras partes do mundo metade vem do Brasil. América do Norte também é importante. "Estamos tratando de desenvolver ainda mais do que estamos fazendo hoje. Outros focos são Turquia, Líbia, Marrocos, Argelia, Norte da África e Sul da Europa. Também temos boas conexões. Rússia também é importante para nós", revelou Schalck.

Eclusa para aumentar movimentação em Ghent


Daan Schalck (foto), CEO do Porto de Ghent, disse aos jornalistas brasileiros, que o principal desafio é o crescimento. "Hoje temos só uma eclusa e negociamos com a Holanda para construir uma eclusa nova para crescer no futuro. No transporte marítimo temos 25 milhões de toneladas e com uma nova eclusa podemos crescer mais de 6 milhões por ano", disse o CEO.Segundo ele, há congestionamento para acesso por ter só uma eclusa. Ghent necessita entre 800 mi e 1 bilhão de euros para construir a nova eclusa, dos quais 15% seria da autoridade portuária. Existe uma negociação com a Holanda nesse sentido. " São negociações difíceis. As vantagens para Gent serão enormes. Antuérpia e ZeeBruges também têm ambição de ter novas eclusas... No prazo mais otimista poderia ter a nova eclusa em 2018", revelou Schalck. Foto cedida por Lloyd Magazine

Contêineres


Francis Rome, do Instituto de Logística de Flandre também abodou a movimentação de contêineres no mundo. Na china e Índia continuou crescendo. Na Europa caiu 20% em 2009. E agora esperamos para 2010 algo como -5%. Na melhor cenário vamos voltar ao volume anterior a 2009. Uma alternativa enquanto se aguarda a recuperação de contêineres pode ser atrair carga fracionada.

Segundo Rome,o aço está voltando. Arcelor tinha parado um dos fornos e está voltando. No setor de alimentos, a situação também é positiva. Tabaco, cacau, café. Biofuel é relativamente pequeno mas está crescendo.


Hamburgo caiu mais em 2009 porque é um porto muito ligado ao comércio exterior chinês. Em Antuérpia o movimento caiu 15,6% em contêienres no ano passado. O volume caiu de 1,8 para 1,5 milhão de contêineres (confirmar).

Logística Verde


Há 30 mil pessoas trabalhando em 700 centros de distribuição na Europa. Nesses centros são realizadas atividades de montagem e de agregação de valor. O conhecimento que temos da indústria é aplicado nos centros de distribuição.A Nike tem na Bélgica o maior centro de serviços, centro de distribuição, fora dos EUA.

Está localizado a uma hora de Antuérpia. É trimodal (hidro, rodo e ferroviário). E tem energia eólica e solar. É CO2 neutro. Isso é a logística verde que cresce cada vez mais. É o caso da Katoen Natie que também utiliza energia solar. A Nike tem um centro de excelência para suas operações mundiais. Traz produtos da Ásia para os portos, põe nas hidrovias e ali agrega valor. Tem ali o conceito de cluster, trabalha com outras empresas para fazer a distribuição, reduzindo custos.

As oportunidades de Flandres


Francis Rome (foto), do Instituto de Logística de Flandres, ao palestrar para jornalistas brasileiros que estiveram participando da Missão a Bélgica, acredita que a região vai obter crescimento neste ano. Flandres oferece a oportunidade às empresas de atingir 500 milhões de consumidores em 27 países que fazem parte da UE. A região está no coração da Europa. É o centro do consumo e da produção na Europa. 60% do poder de compra da EU está situado em um raio de 500km de Flandres.

Segundo ele, na Era do Império Romano a Bélgica era caminho do comércio. Rome falou sobre o estudo da consultora Cushman & Wakefield, de 2008, que coloca a Bélgica como o país mais atrativo para se investir em atividades de distribuição e logística. É o primeiro pelo custo da terra, custo da mão de obra, infraestrutura.